Eu estava sentada de madrugada na escadaria de minha casa, que ficava bem a frente de um lindo campo que na primavera se enchia de lírios,apreciando uns dos lugares que mais tive o prestígio de observar.Não era uma simples noite que carregava um momento tão único... eu tive a sensação de que algo me aconteceria bem ali.
Eu estava sozinha... não precisava temer coisa alguma e se algo muito extraordinário acontecesse comigo... adoraria encarar o momento.
Fechei os meus olhos e comecei a pensar no que uma noite como aquela poderia me oferecer.Será que em uma noite tão calma , onde só se ouvia o barulho do vento cortando o campo,das arvores no sentido do vento e a minha respiração constantemente regular, me causaria medo e arrepios?
Meus longos cabelos eram empurrados pelo vento a medida que ele passava contra mim, mas mesmo com a noite a minha volta em uma campo completamente adormecida pelo silêncio eu me negava a abrir os meus olhos novamente.
De repente eu senti que o vento ia ficando mais macio e o meu cabelo sobre caia em meus ombros, senti como se alguém estivesse me observando mas não passava de uma impressão.
Mas a poucos segundos de meu pensar, em minha frente surgira cautelosamente um ser, no qual não consegui identifica-lo de imediato.Um homem que vestia uma camisa de cor acinzentada e um sobretudo preto, ele estava parado em minha frente com a cabeça baixa, quando levemente foi se movendo até mim e mostrando o seu rosto a medida que se aproximava.
Quando ele chegou mais perto, pude perceber que eu estava completamente parada e de pé a sua frente.Naquele mesmo instante eu pude ver como os teus olhos eram reluzentes, transmitiam uma luz esplendida e que eu jamais havia visto igual.Eram olhos finos envolvido pela cor cobre.
Ele ficara me olhando tão profundamente nos olhos que parecia não piscar, foi então que eu me arrepiei por inteira pois sobre os meus ombros já congelados pelo frio da noite eu sentia suas mãos incrivelmente frias me tocando, já correndo pelos meus braços como seda.
Por mais que sua identidade ainda não fosse completamente reveladora, eu não me senti como se ele fosse um estranho ou algo do tipo, senti um medo diferente dos que já havia sentido antes, senti que mesmo sem calor ele me parecia confortável demais para me afastar precipitadamente.
O tempo ia passando e eu ainda estava presa aqueles olhos atraentes, de uma cor quente única e que não parecia intacta, ela mudava com o passar dos segundos, com o passar da respiração e das sensações.
Ele me parecia querer falar com os olhos, ou estaria ele tentando ler minha mente?Impossível... isso não poderia ser possível... Ele não poderia entrar em minha mente sem ao menos que eu quisesse... ou poderia?Bom... ele me fazia pensar.
Nem uma palavra?Nem um sinal?Ele não me dizia nada, apenas me olhava,e eu tão envolvida não me afastaria ali nem se me subornasse.De repente sua face que transmitia uma leve paz se modificou...ficou tensa e preocupada, os teus olhos trêmulos e inseguros, fazendo com que se afastasse e descesse as escadas para um direto desaparecimento.
Eu não conseguia me mexer e ele ia descendo cada vez mais sem tirar os olhos de mim.Mas em apenas um piscar de olhos já não se restava nem ao menos sua sombra tão paciente pela terra úmida .Meus olhos o acompanharam até que ele virasse e não me olhasse mais, eu não me mexi... fiquei ali pensando...pensando se tudo o que passei naquele local não era apenas uma ilusão, daquelas que tu se prende em alguns momentos íntimos, nos quais esquece que existe um mundo lá fora e se rende os teus desejos que só tua mente pode transformar em sonhos, mesmo que não sejam reais...
Em um piscar profundo, como se eu estivesse me despertando de um sonho, me senti como se estivesse voltado ao meu estado normal...pois o vento já voltara bater e cortar, a movimentar as arvores, mexer com as persianas e a me encorajar para entrar.Eu dei mais uma ultima olhada para o campo e me recolhi pensativa, em direção ao quarto para ter certeza se tudo aquilo não teria sido um sonho que devesse continuar por dentre os cobertores.
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